Eu estudava no mesmo colégio que a Kimberly, eu era bolsista porque minha mãe trabalhava como faxineira na minha escola.
Kimberly e suas amigas eram as descoladas do colégio. Enquanto todos faziam de tudo para andar com elas, de mim queriam distância.
Eu não fazia um pingo de questão de falar com Kimberly e suas amigas. Daquelas alí eu também queria distância, só queria pelo menos uma amiga para eu poder dividir minhas coisas, para compartilhar as minhas novidades.
Minha mãe bateu na porta.
_O que foi?
_Sou eu filha.
Limpei rapidamente minhas lágrimas e fui abrir a porta.
_O que esta fazendo?
_Lendo.
_Qual livro?
Minha mãe queria puxar assunto, nem o nome do livro eu sabia.
_Aquele alí._Eu disse apontando para o livro que eu tinha deixado em cima da cama.
_Não sabe o nome?
_Sei.
_Hum, e qual é?
Fui até o livro, li o titulo e disse a ela o nome.
_Mas não sabia, só soube porque foi ler._Disse ela.
_Claro.
_Você esta bem filha?
_Por que a pergunta?
_Não sei, você tem andado meio estranha ultimamente.
_Obrigada mãe, entrou para lista dos que me chamam de estranha.
_Te chamam de estranha?
_Você acabou de me chamar.
_Não estou te chamando de estranha, estou dizendo que você tem andado meio estranha.
_Há, mudou muito sua opinião._Eu estava sendo irônica.
_Ta bom filha, você não é estranha, e nem anda estranha. Mas o que aconteceu que você esta diferente?
_Não estou.
_Mas é o que sua face diz.
_O que diz na minha face é minha boca, e em momento nenhum ela disse isso.
_Eu espero que não esteja mesmo filha. Agora com licença, deixa eu terminar de arrumar a casa._Disse minha mãe._Não quero atrapalhar sua leitura.
_Não estava atrapalhando._Eu disse soltando um sorrisinho. Minha mãe era a melhor do mundo.
_Se precisar pode me chamar filha. Tô na sala.
_Pode deixar mãe.
Minha mãe foi para sala, e eu fiquei em meu quarto terminando de ler aquele livro que eu tinha pego.
É, já era tarde, tinha terminado já de ler aquele livro. Eu conseguia ler um livro de 180 paginas em um dia porque o Tédio me ajudava, não tinha outra coisa para fazer.
Kimberly era viciada em computador, quando não estava no colégio, estava no computador, celular, shopping ou saindo com suas amigas, esses eram seus vícios. E era lá que ela estava, conversando com suas amigas no MSN.
_Estão prontas para a festa do pijama?_Disse Kimberly._Já mandei meus empregados prepararem tudo, dês do meu quarto até os aperitivos.
Elas conversavam em uma conversa que ficava todas.
_Sim. Já estou me arrumando pra ir para aí._Disse Helena.
Em minha opinião, Helena era a mais bonita delas quatro. Era negra, seus olhos castanhos, cabelo até o meio das costas e todo cacheado.
_Eu não sei se vou poder ir._Disse Isabelle.
_Por que?_Perguntou Kimberly._Sempre você.
_Não sei, minha mãe não esta aqui. Meu pai não vai deixar.
Isabelle era uma das piores das amigas da Kimberly, mas não chegava aos pés de Anahí.
O pai dela a chamou.
_O que foi pai?_Ela gritou.
_Preciso falar com você.
_Meninas, esperem um momento._Disse Kimberly descendo as escadas.
_Será hoje a sua festa do pijama?
_Sim papy.
_Quero que convide a Bianca.
_O QUE?
_Isso mesmo que ouviu.
_Claro que não pai. Ela é pobre, é capaz de nem pijama ter.
_Se não convidá-la, não tem festa nenhuma.
_Pai?
_Não mudo minha opinião.
Kimberly foi correndo para seu quarto com uma cara emburrada e digitou dizendo:
_TRA-GÉ-DIA.
_O que foi Kimberly?_Perguntou Helena.
_O que aconteceu?_Foi a vez da Isabelle.
_E qual foi?_Perguntou Anahí.
_Meu pai quer que eu convido a rata para a festa do pijama._Disse Kimberly.
_E quem é a rata?
_Essa pobre aqui do lado. Filha do caseiro do meu pai.
_Não acredito._Disse Anahí.
_Vou desligar._Disse Kimberly._Vou ir lá fazer meu convitinho a rata.
Aí vinha Bomba.
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